02/10/2011

The Hunter


Falar dos Mastodon é tentar colocar em palavras algo tão sublime e tão portentoso que quase parece impossível consegui-lo. Esta banda americana possui, possivelmente, uma das discografias mais ricas e diversas que alguma vez foram feitas. Apreciar a sua música pode tornar-se uma experiência capaz de mudar a nossa vida e a nossa percepção das coisas. Falemos então de The Hunter, o novo álbum.

(fonte: headfullofnoise.com)
Crack The Skye (2009) é uma obra-prima e, naturalmente, a expectativa relativamente ao novo trabalho dos Mastodon era imensa e a havia uma tremenda curiosidade em saber se a banda conseguiria manter-se no mesmo patamar. De facto, The Hunter é tudo menos uma réplica do álbum anterior. O rumo que a banda seguiu é diferente. Em vez de épicos de 10 ou 13 minutos, aqui temos faixas que no máximo duram 5 minutos, mas são imensamente mais ricas em variedade. O que este álbum nos oferece é uma fusão perfeita de estilos, uma combinação do metal progressivo dos Mastodon (tão à frente do seu tempo, quando comparando com o resto da oferta actual) com uma abordagem experimental reminiscente do princípio de carreira e primeiros trabalhos.

Temas como 'Stargasm', 'Creature Lives' ou 'Spectrelight' mostram-nos incursões bem diferentes daquilo a que estamos habituados, e todas elas são maravilhosamente concretizadas. A estrela do espectáculo, no entanto, é o baterista/vocalista Brann Dailor que aqui dá largas a toda a sua magia combinando uma pedaleira dupla de sonho com requintes de influência jazz. Veja-se a bateria bombástica de 'All The Heavy Lifting' por exemplo. Já músicas como 'Thickening' revelam a incursão pelo metal quase sinfónico de inspiração Floydiana, com guitarras mais espaciais. O auge de toda esta experimentação surge, indubitavelmente, com 'Creature Lives' e toda a alucinação celestial que carrega consigo. Extraordinário.

The Hunter é de tal forma deslumbrante que tudo o que possa ser escrito e dito nunca lhe fará jus. Os Mastodon conseguiram fazer um álbum genial, incrivelmente conciso e consistente. Uma odisseia de proporções épicas que recompensará os que se aventurem a apreciar este disco em toda a sua grandeza. Atentem ao conjunto no seu todo, desde a maravilhosa composição dos temas, às vocalizações preciosamente ajustadas, ao nível da composição lírica. Carregado de uma profundeza emocional enorme, mas sem toques de melancolia despropositada. É antes a banda sonora de uma viagem ao íntimo. E devemos ficar-lhes gratos por nos proporcionarem tal evento. O tema de encerramento do álbum, porventura o mais melódico, resume-se a um verso: "Pursue happiness with diligence". Está tudo dito. Nota 10/10.


É impossível escolher um tema mais forte, mas deixo-vos com duas amostras distintas, 'The Hunter' e 'Stargasm'.








Imagem: mastodonrocks.com

0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Enterprise Project Management