27/10/2010

Abrahadabra


Referência grande do black metal actual, os Dimmu Borgir regressaram este ano com um trabalho novo, depois de uma pausa que durava desde 2007. Sendo um adepto da banda, naturalmente aguardava com expectativa o que viria daqui e é talvez por conta de toda essa antecipação que o resultado final é um apenas razoável contentamento. Conhecidos pelas suas derivações do black metal clássico, introduzindo-lhe uma componente mais melódica e progressiva, destacada nos arranjos de tom orquestral, os Dimmu habituaram-nos a receber trabalhos intensos musicalmente. No entanto, no mínimo, Abrahadabra passa por um álbum banal perante o que a banda já produziu no passado.

Depois de em 2009 alguma polémica ter rodeado a banda relativamente à saída conflituosa de dois membros, um dos quais alegando falta de crédito pela sua parte na composição de músicas, ficamos com a dúvida se isto não terá pesado no processo criativo da banda nórdica e indagamo-nos até que ponto as acusações não serão verdadeiras. Afinal... coincidem com um álbum menos deslumbrante.

Mas não se pense por isto que Abrahadabra não vale a pena. O nono álbum de estúdio dos noruegueses senhores do black metal contém temas interessantes, com natural destaque para o single 'Gateways', que conta com uma magnífica participação de Agnete Kjølsrud e as suas vocalizações fantásticas. Este é o tema mais forte do álbum e possivelmente uma das grandes músicas que os Dimmu Borgir já fizeram até hoje. Destaque igualmente para o tema 'A Jewel Traced Through Coal' que remete para um som mais típico de fases mais antigas da banda e ainda 'Born Treacherous', intenso e com um óptimo trabalho de cordas e na bateria. Mas de resto, o álbum parece um pouco repetitivo tema após tema, sem que nenhuma música se evidencie particularmente ou revelando algo inovador no processo criativo da banda. Como tal, a audição de Abrahadabra no seu todo acaba por tornar-se algo aborrecida se não estivermos MESMO com vontade de o ouvir...

Agnete Kjølsrud

Longe de um Stormblåst (1996), de um Puritanical Euphoric Misanthropia (2001) ou de um Death Cult Armageddon (2003), só para citar alguns dos seus álbuns mais fortes e inovadores, este novo trabalho dos Dimmu Borgir ficará eventualmente como um capítulo mais na sua história e discografia mas não como um marco indelével com o tempo. Nota 5/10.



Fiquem com o single de apresentação de Abrahadabra, 'Gateways':
 

0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Enterprise Project Management